sexta-feira, 24 de abril de 2015

Esse é Apenas o Meu Adeus.



   Quando se perde uma pessoa importante isso costuma ser o fim do mundo, ou deveria ser. Mas quando você decidiu que nossa relação não passava de um tumor nas nossas vidas, um tumor que estava nos consumindo pedaço por pedaço. Quando decidiu que eu era a louca (sei que sou), e você a que estava suportando isso por anos. Quando me disse que para você nossa amizade "já deu", eu concordei e decidimos acabar com aquilo, o que quer que aquilo tenha sido, "cortar o mau pela raiz" como dizem. Deveria ter sido o fim do mundo para mim, como deve ter sido para você. Mas não foi.
Não sei se você está lendo isso e se está bem com o fim da nossa amizade, não leve para o lado negativo, mas acho que de certa forma já tínhamos esgotado nossas chances. Nem sempre a beleza do arco ires nasce duas vezes para todos.


Quando foi que tudo entre a gente parou de fazer sentido?
Amizade é uma coisa louca, e como tudo, sempre tem seus altos e baixos. Mas a nossa estava parada na mesma linha faz tempo, do mesmo jeito que acontece quando uma pessoa morre, e no aparelho uma única linha corre, sem mais manifestações.  Lembro da nossa conversa quando decidimos estudar em cidades diferentes e tudo parecia está desmoronando para mim, mas você sempre foi mais madura e mais forte do que eu (mesmo sendo só um anos mais velha):
- Mas por que tão longe? - Já estava começando a me sentir mal, sentia que você estava me deixando de propósito.
-Não é tão longe, são cidades próximas. Fala sério Eduarda, é só uma faculdade em uma cidade diferente. Haverá férias, vamos estar sempre juntas, trocaremos mensagens todos os dias. E você também vai para outra cidade estudar, então não coloque a culpa só em mim.
-Você sabe que estou indo contra a minha vontade... - Minha vida ficou de cabeça para baixo quando minha mãe decidiu que São Paulo já não dava mais para se viver. Colocando nossas vidas em caixas de papelão.
-Não faz diferença. A questão é que você tem que aceitar as mudanças. - A maneira simples como você falava me irritava. Me tratando como se eu fosse a criança que não entende nada.
-Tudo bem... esquece.
-Mas sempre seremos amigas, okay?
"Mas sempre seremos amigas", você falou isso sério mesmo? Acho que se enganou. Como já dizia um escritor:
"As pessoas dizem que amigos não destroem uns aos outros. O que elas sabem sobre amigos?" Tai uma grande verdade... Nós nos destruímos, e isso dói.



Amigas hoje, amanhã e sempre. Esse costumava ser nosso dilema, mas não passa de uma frase boba de um filme infantil. Então, logo nos mudamos, seguimos caminhos diferentes, e como as mudanças fazem parte do DNA do Mundo, você mudou e eu também. Tudo passou a ser motivo de briga e meses sem trocar uma palavra, até aquele dia, quando decidimos desistir uma da outra. Eu estava tão irritada que não percebi a idiotice que fizemos.


Depois de seis meses, resolvi voltar atrás e voltar a falar com você. Que burrice, como se fosse ser a mesma coisa. Você estava diferente, parecia usar uma armadura contra mim, e seu jeito indiferente me fez perceber que arcamos com as consequências das nossas escolhas, por mais dolorosas que elas sejam. Nós não tínhamos mais volta. "Nós" passou a ser "só eu" e "só você". Separadas. Então por fim, aceitei a sua indiferença e percebi que não há quem culpar pelo que aconteceu. O que aconteceu no passado, fica no passado. Agora só me resta agradecer pela sua fiel amizade, que por um longo tempo foi tudo pra mim. Sou grata pelas risadas, pela confiança, pelos abraços, pelo apoio. Sei que tudo mudou e que terei que aprender a andar sem você, aprender a te deixar ir, mas obrigada por me ensinar a voar, quando ninguém mais queria. Eu realmente sinto muito. E só mais uma coisa: Adeus.


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