A respiração quente de Felipe aquece meu pescoço, continuo em seus braços, e ele continua a me segurar sem dizer nada. Choro em sua camisa até secar minhas lágrimas. Não sei o que está acontecendo comigo, o porquê de ter desabado desta forma. minhas mãos tremem mais continuo segurando com força sua camisa.
- Mari... - Sua voz sai baixinha, e me arrepia. Me solto dele, enquanto limpo meu rosto.
- D-desculpe-me... - minha voz sai tremula.
Felipe fica me olhando com um olhar preocupado, mas permanece calado.
- Esse lugar é realmente bonito. O-obrigada por me trazer aqui. - Tento sorrir, mas meu rosto inchado não permite que sai tão bem quanto imaginei.
- Mari...
- Tudo bem, Felipe. Vamos esquecer isso. - Fico séria. Não gosto desse olhar dele preocupado em cima de mim, não gosto de ser vista assim. Me sinto exposta, sinto como se ele conseguisse ver um lado meu que me esfosso tanto para esconder. Não Mariana, permaneça forte, se controle.
- Você não precisa fingir pra mim. - Suas palavras me fazem parar. - Por favor, não finja para mim.
Seu olhar é inquieto, ele me olha como se suplicasse por algo. Isso me deixa nervosa. Desvio o olhar dele.
- Do que você está falando? - Ando em direção ao lago. - Essa água está tão limpa que dá para ver as pedrinhas no fundo. É maravilhoso. - Mudo de assunto e rezo para que ele mude também.
- Sim... - sua voz é fraca atrás de mim.
- E essas flores, parece que estou antando em meio as nuvens. Eu simplesmente amei esse lugar. - Me viro para ele e sorrio. - Obrigada!
Sua feição muda automaticamente. Aquele olhar baixo cria vida e Felipe abaixa a cabeça. Então fico chocada, Felipe estava vermelho, não consigo entender o motivo. Talvez ele esteja apenas irritado por eu ter chorado e agora estou tentando fazer as coisas parecerem normal. Talvez ele esteja pensando em como sou ridícula, com toda essa mudança de humor.
- Ei, Mari! Vamos deitar aqui, okay?
Felipe caminha até o meio das flores e se deita. Caminho até sua direção e deito ao seu lado. Deixo minha mão cair do meu lado e então, algum tempo depois, sinto a mão dele segurar a minha.
Me viro para enxerga-lo, mas ele continua com os olhos fechados, enquanto segura a minha mão.
- Aqui podemos ser nos mesmos. - Ele fala mantendo seus olhos fechados. É tão inesperado que não sei o que dizer. - Aqui podemos dizer o que quisermos. Podemos sentir o que quisermos, e amar quem podermos, aqui não há medo ou insegurança, aqui nunca estamos sós, nenhum problema existe aqui.
Ele para de falar e respira, depois continua:
- Agora entendo o motivo de você ter chorado. - Permaneço imóvel. - Você também percebeu isso, então largou seu sofrimento para trás. Tá tudo bem em não se sentir mais só. Eu normalmente me sinto só, mas quando estou com você isso desaparece, você é como esse santuário... tira toda a tristeza de mim. Então, tudo bem em ser você mesma e chorar, porque eu estarei aqui para ser seu santuário.
Arregalo os olhos e perco a fala, mas suas palavras ficam ressoando dentro de mim e de alguma forma me sinto leve. Eu entendo o que ele diz, me viro e fecho também fechos os olhos, e não sua mão.
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